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sábado, 27 de dezembro de 2014

Grifo

Grifo é uma criatura lendária com cabeça e asas de águia e corpo de leão. Fazia seu ninho em bolcacas (nome usado para o ninho do grifo conforme a mitologia grega) e punha ovos de ouro sobre ninhos também de ouro. Outros ovos são frequentemente descritos como sendo de ágata.
A figura do grifo surgiu no Oriente Médio onde babilônios, assírios e persas representaram a criatura em pinturas e esculturas. Voltaire incluiu na sua novela, A Princesa da Babilónia, dois enormes grifos amigos de uma fénix, que transportaram a princesa na sua viagem. NaGrécia acreditava-se que viviam perto dos hiperbóreos e pertenciam a Zeus. Filóstrato, escritor grego, referiu, na Vida de Apolônio de Tiana (livro VI. I), que os grifos da Índia eram guardiões do ouro. John Milton, no Livro II do Paraíso Perdido escreveu sobre osArimaspos que se tentavam apoderar do ouro dos grifos. Também foi referido na poesia persa de Rumi. Na Idade Média Sir John Mandville escreveu sobre estes animais fabulosos no capítulo XXI do seu célebre livro de viagens no qual grande parte dele foi escrito pelo mesmo autor do Kama Sutra. Em tempos mais recentes, sua imagem passou a figurar em brasões pois aparentemente possui muitas virtudes e nenhum vício.

Os grifos são inimigos mortais dos basiliscos.
Como diversos animais fantásticos, incluindo centauros, sereias, fênix, entre outros, o grifo simboliza um signo zodiacal, devido ao senso de justiça apurado, o fato de valorizar as artes e a inteligência, e o fato de dominar os céus e o ar, simboliza o signo de libra, a chamada balança.

Os grifos podem raramente cruzar com éguas e o fruto desse cruzamento recebe o nome de hipogrifo.

Também são retratados em moedas, por exemplo, na lira italiana tem, entre outros desenhos, o de um grifo.
Os grifos são possíveis confusões de fósseis de Protoceratops, dinossauros ceratopsídeos que viviam na Mongólia.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Minotauro

Na mitologia grega, o Minotauro (em grego: Μῑνώταυρος; em latim: Minotaurus; em etrusco: Θevrumineś), era segundo sua representação mais tradicional entre osgregos antigos, uma criatura imaginada com a cabeça de um touro sobre o corpo de um homem . O autor romano Ovídio descreveu-o simplesmente como "parte homem e parte touro. Habitava o centro do Labirinto, uma elaborada construção erguida para o rei Minos de Creta, e projetada pelo arquiteto Dédalo e seu filho,Ícaro especificamente para abrigar a criatura. O sítio histórico de Cnossos, com mais de 1300 compartimentos semelhantes a labirintos, já foi identificado como o local do labirinto do Minotauro, embora não existam provas contundentes que confirmem ou desmintam tal especulação. No mito, o Minotauro eventualmente morre pelas mãos do herói ateniense Teseu.
O termo Minotauro vem do grego antigo Μῑνώταυρος, composto etimologicamentepelo nome Μίνως (Minos) e o substantivo ταύρος ("touro"), e pode ser traduzido como "(o) Touro de Minos". Em Creta, o Minotauro era conhecido por seu nome próprio, Astérion, um nome que ele compartilhava com o pai adotivo de Minos.
Minotauro, originalmente, era apenas utilizado como nome próprio, referindo-se a esta figura mítica. O uso de minotauro como um substantivo comum que designa os membros de uma raça fictícia e genérica de criaturas antropogênicas com cabeças de touro surgiu bem posteriormente, no gênero de ficção fantástica do século XX.
Nascimento e aparência


O "Deus com Chifres" de Enkomi, Chipre.
Após assumir o trono de Creta, Minos passou a combater seus irmãos pelo direito de governar a ilha. Rogou então ao deus do mar, Posidão que lhe enviasse um touro branco como a neve, como um sinal de aprovação ao seu reinado. Uma vez com o touro, Minos deveria sacrificar o touro em homenagem ao deus, porém decidiu mantê-lo devido a sua imensa beleza. Como forma de punir Minos, a deusaAfrodite fez com que Pasífae, mulher de Minos, se apaixonasse perdidamente pelo touro vindo do mar oTouro Cretense. Pasífae pediu então ao arquetípico artesão Dédalo que lhe construísse uma vaca demadeira na qual ela pudesse se esconder no interior, de modo a copular com o touro branco. O filho deste cruzamento foi o monstruoso Minotauro. Parsífae cuidou dele durante sua infância, porém eventualmente ele cresceu e se tornou feroz; sendo fruto de uma união não-natural, entre homem e animal selvagem, ele não tinha qualquer fonte natural de alimento, e precisava devorar homens para sobreviver. Minos, após aconselhar-se com o oráculo em Delfos, pediu a Dédalo que lhe construísse um gigantesco labirinto para abrigar a criatura, localizado próximo ao palácio do próprio Minos, em Cnossos.
Em nenhum lugar a essência do mito foi expressa de maneira mais sucinta que nas Heróidas, atribuídas a Ovídio, em que a filha de Pasífae reclama da maldição de seu amor não-correspondido: "Zeus amou Europa, como um touro, escondendo sua cabeça divina - ela deu origem ao nosso povo. Um fardo e uma punição nasceram do útero de minha mãe, Pasífae, montada por touro que ela enganou.” Leituras mais literais e prurientes, que enfatizam o mecanismo envolvendo a cópula em si podem, talvez de maneira intencional, obscurescer o casamento místico do deus na forma de touro, um mythos Minoicaque era estranho aos gregos.
O Minotauro costuma ser representado na arte clássica com o corpo de um homem, e a cabeça e rabo de um touro. Uma das formas assumidas pelo deus rio Aqueloo ao cortejar Dejanira é a de um homem com uma cabeça de touro, de acordo com a peça teatralTraquínias, de Sófocles.
Dos períodos clássicos até o Renascimento, o Minotauro aparece como tema de diversas descrições do Labirinto. O relato do autorromano Ovídio sobre o Minotauro, em latim, que não elabora sobre qual metade da criatura era touro e qual era homem, foi a mais difundida durante a Idade Média, e diversas ilustrações feitas no período e depois mostram o Minotauro com uma configuração inversa em relação à sua aparência clássica: uma cabeça e torso de homem sobre um corpo de um touro, semelhante a um centauro. Esta tradição alternativa durou até o Renascimento, e ainda figura em versões modernas do mito, como as ilustrações de Steele Savage feitas para Mythology, de Edith Hamilton (1942).
Tributo e Teseu


Ríton com a forma de uma cabeça de touro, no pavilhão grego da Expo '88.
Androgeu, filho de Minos, foi morto pelos atenienses, invejosos das vitórias obtidas por ele nosJogos Panatenaicos. Já outra versão do mito afirma que Androgeu teria morrido em Maratona, atacado pelo Touro Cretense, o ex-amante taurino de sua mãe, que Egeu, rei de Atenas, tinha ordenado que ele matasse. A tradição mais comum conta que Minos teria então declarado guerra a Atenas para vingar a morte de seu filho, e saiu vitorioso do confronto. Catulo, em seu relato do nascimento do Minotauro, se refere a outra versão do mito, na qual Atenas teria sido "obrigada pela praga cruel a pagar compensação pela morte de Androgeu." Egeu deve então evitar a praga causada por seu crime enviando "jovens rapazes, bem como as melhores garotas solteiras, para um banquete" do Minotauro. Minos exigia que pelo menos sete rapazes e sete donzelas atenienses, escolhidos através de sorteio, lhe fossem enviados a cada nove anos (ou, segundo alguns relatos, anualmente ) para ser devorado pelo Minotauro.
Quando se aproximava a data do envio do terceiro sacrifício o jovem príncipe Teseu se ofereceu para assassinar o monstro, prometendo a seu pai, Egeu, que ordenaria que o navio que o trouxesse de volta para casa erguesse velas brancas, caso ele tivesse sido bem-sucedido na empreitada, ou velas negras, caso ele tivesse morrido. Em Creta, Ariadne, filha de Minos, se apaixona por Teseu e o ajuda a se deslocar pelo labirinto, que tinha um único caminho que levava até seu centro. Na maior parte dos relatos Ariadne dá a ele um novelo, que ele utiliza para marcar seu caminho de modo que ele possa retornar por ele. Teseu então mata o Minotauro com a espada de Egeu, e lidera os outros atenienses para fora do labirinto. Na viagem de volta, no entanto, ele se esquece de erguer as velas brancas e seu pai, ao ver o navio e imaginar que Teseu estava morto, se suicida, arremessando-se no mar que desde então leva seu nome.


Etruscos
A visão essencialmente ateniense do Minotauro como antagonista de Teseu reflete as fontes literárias, que são parciais às perspectivas atenienses. Os etruscos, que consideravam Ariadne companheira de Dioniso, e não de Teseu, apresentavam um ponto de vista diferente do Minotauro, nunca visto na arte grega: numa taça de vinho etrusca feita em figura vermelha da primeira metade do século IV a.C., Pasífae apoia de maneira terna o Minotauro criança em seu colo.

Interpretações

A luta entre Teseu e o Minotauro foi representada com frequência na arte grega. Um didracma de Cnossos exibe num lado o labirinto, e no outro o Minotauro cercado por um semicírculo de pequenas bolas, provavelmente representando estrelas; um dos nomes do monstro era Astérion, "estrela" em grego antigo.
As ruínas do palácio de Minos, em Cnossos, foram descobertas, porém nenhum labirinto foi encontrado ali. O número enorme de aposentos, escadas e corredores do palácio fez com que alguns arqueólogos sugerissem que o próprio palácio teria sido a fonte do mito do labirinto, uma ideia que geralmente é desacreditada nos dias de hoje. Homero, descrevendo o escudo de Aquiles, comentou que o labirinto seria um recinto para as danças cerimoniais de Ariadne.
Alguns mitólogos modernos vêem o Minotauro como uma personificação solar, uma adaptaçãominoica do Baal-Moloch dos fenícios. A morte do Minotauro por Teseu, neste caso, indicaria o rompimento das relações tributárias de Atenas com a Creta minoica.

De acordo com o estudioso britânico A. B. Cook, Minose o Minotauro são apenas duas formas diferentes do mesmo personagem, que representa odeus-sol dos cretenses, que retratavam o sol na forma de um touro. Tanto Cook quanto oantropólogo escocês J. G. Frazer explicaram a união de Pasífae com um touro como uma cerimônia sagrada, na qual a rainha de Cnossos se casava com um deus em forma de touro, da mesma maneira que a esposa do Tirano em Atenas havia se casado com Dioniso. O arqueólogo francês Edmond Pottier, que não discute a existência histórica de Minos, a partir da história de Fálaris, considera provável que em Creta (onde pode ter existido um culto aos touros, juntamente com o do labrys) uma forma de tortura era trancar as vítimas dentro da barriga de um touro de bronze incandescente. A história de Talo, o homem de bronze cretense, que se deixava em brasa e abraçava os estrangeiros assim que eles pisavam na ilha, provavelmente teria origem semelhante.
Uma explicação histórica do mito se refere ao período em que Creta era a principal potência política e cultural do mar Egeu. À medida que a cidade de Atenas (e provavelmente outras cidades gregas continentais) pagavam tributo a Creta, pode-se assumir que este tributo incluía jovens de ambos os sexos, destinados ao sacrifício ritual. A cerimônia era executada por um sacerdote que utilizava uma máscara ou cabeça de touro, o que explicaria então o imaginário relacionado ao Minotauro. Este sacerdote também poderia ser filho de Minos.
Com a Grécia continental livre do domínio cretense, o mito do Minotauro teve como papel distanciar a incipiente consciência religiosa das poleis helenas das crenças minoicas.

O Minotauro no Inferno de Dante

O Minotauro, a infamia di Creti, aparece brevemente no Inferno de Dante, em seu canto 12, 11-15, onde, abrindo caminho entre rochedos espalhados por uma encosta, e preparando-se para entrar no Sétimo Círculo, Dante e Virgílio, seu guia, encontraram a criatura pela primeira vez entre aqueles que foram amaldiçoados por sua natureza violenta, os "homens de sangue", embora seu nome não seja citado até o verso 25. Com a lembrança provocante, feita por Virgílio, do "rei de Atenas", o Minotauro se ergue, enfurecido, e distrai os centauros que guardam o Flegetonte, "rio de sangue", permitindo assim que Virgílio e Dante passem rapidamente por eles. Esta associação pouco típica do Minotauro com os centauros, que não é feita em qualquer outra fonte clássica, é mostrada visualmente na ilustração da criatura feita por William Blake como uma espécie de centauro taurino.


sábado, 13 de dezembro de 2014

Centauros

Na mitologia grega, o centauro (em grego Κένταυρος Kentauros, "matador de touros", plural Κένταυρι Kentauri; em latim Centaurus/Centauri) é uma criatura com cabeça, braços e dorso de um ser humano e com corpo e pernas de cavalo 
Os centauros viviam nas montanhas de Tessália e repartiam-se em duas famílias:
  • Os filhos de Íxion e Nefele, que simbolizavam a força bruta, insensata e cega. Viviam originalmente nas montanhas da Tessália e alimentavam-se de carne crua. Alternativamente, consideravam-se filhos de Kentauros (o filho de Íxion e Nefele) e algumas éguas magnésias, ou de Apolo e Hebe. Conta-se que Íxion planejava manter relações sexuais com Hera, mas Zeus, seu marido, evitou-o modelando uma nuvem (nefele, emgrego) com a forma de Hera. Posto que Íxion é normalmente considerado o ancestral dos centauros, pode se fazer referência a eles poeticamente como Ixiónidas.
  • Os filhos de Filira e Cronos, dentre os quais o mais célebre era Quíron, amigo de Héracles, representavam, ao contrário, a força aliada à bondade, a serviço dos bons combates.
Os centauros são muito conhecidos pela luta que mantiveram com os Lápitas, provocada pelo seu intento de raptar Hipodâmia no dia da sua boda com Pirítoo, rei dos Lápitas e também filho de Íxion. A discussão entre estes primos é uma metáfora do conflito entre os baixos instintos e o comportamento civilizado na humanidade. Teseu, herói e fundador de cidades, que estava presente, inclinou a balança para o lado da ordem certa das coisas e ajudou Pirítoo. Os centauros foram expulsos da Tessália e foram habitar o Épiro. Mais tarde, Héracles (Hércules) exterminou quase todos.
Cenas da batalha entre os Lápitas e os centauros foram esculpidas em baixos relevos no friso do Partenão, que estava dedicado à deusa da sabedoria, Atena.
Na popular série de livros de C. S. Lewis, As Crônicas de Nárnia, os centauros são retratados como criaturas sábias e nobres. Eles são observadores de estrelas, tem o dom da profecia e da cura, e gostam de guerrear, uma raça feroz e valente, sempre fiel ao Alto ReiAslan, o leão.

Na série de J. K. Rowling, Harry Potter, os centauros são retratados como seres inteligentes e orgulhosos. Centauros vivem na Floresta Proibida perto de Hogwarts. Embora diferentes daqueles observados em Nárnia, vivem em sociedades chamados rebanhos e são hábeis na arte da cura, no uso de arco e flecha, possuem o dom da profecia e praticam a astrologia. Apesar das representações no cinema, que incluem seres muito animalescos, com certas características faciais, a reação das meninas de Hogwarts para Firenze sugere uma aparência mais clássica.

Na série de livros Percy Jackson e os Olimpianos, de Rick Riordan, eles são vistos como os festeiros que usam muita gíria americana e são considerados selvagens e sem civilização. Quíron é mais como os centauros clássicos (da mitologia grega), fiel, sendo treinador dos heróis, qualificados no tiro com arco e sábio.
Na série Fablehaven, de Brandon Mull, os centauros são retratados como um grupo orgulhoso e elitista de seres que se consideram superiores a todas as outras criaturas. No quarto livro, também tem uma variação da espécie chamada de Alcetauro, que é parte homem, parte alce.
No livro de Michael Ende, A História Sem Fim, há Cairon, um centauro sábio. Centauros são vistos no filme Fantasia (Disney), de 1940.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Berserker

Berserkers (ou Berserk) foram guerreiros nórdicos ferozes que haviam jurado fidelidade ao deus viking Odin. Eles despertavam em uma fúria incontrolável antes de qualquer batalha.
Há uma divergência sobre o termo nórdico "baresark", que podia referir-se a "camisa simples" ou ao uso da pele de um urso na batalha (significando "camisa de urso", em nórdico), da mesma forma como os Ulfhednar usavam peles de lobo. Outra tradução possível é "sem camisa".

A origem dos berserkers é desconhecida. Tácito, porém, faz menção de grupos de guerreiros germânicos com uma fúria frenética.
Especula-se que berserkers eram grupos ou bandos de guerreiros inspirados religiosamente. Esses guerreiros entravam em tamanho estado de fúria em combate que dizia-se que suas peles podiam repelir armas. Alguns eruditos modernos sugerem que a fúria dos berserkers poderia ter sido induzida pelo consumo de bebidas alcoólicas, cogumelos alucinógenos e arnica. Lendas mencionam gangues de berserkers com doze membros cujos aspirantes às mesmas tinham que passar por lutas ritualísticas ou mesmo verdadeiras para serem aceitos. Alguns berserkers tomaram como nomes björn ou biorn em referência aos ursos.

Lendas contam que guerreiros tomados por um frenesi insano, iam a batalha despidos e atiravam-se nas linhas inimigas. Não existe nenhum relato contemporâneo de que existiram berserkers.
Em inglês existe a expressão to go berserk, que significa ficar violento, enlouquecido, incontrolável.


sábado, 29 de novembro de 2014

Furias

As Erínias (Fúrias para os romanos – Furiæ ou Diræ) eram personificações da vingança, semelhantes a Nêmesis. Enquanto Nêmesis(deusa da vingança) punia os deuses, as Erínias puniam os mortais. Eram Tisífone(Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Inominável).
Viviam nas profundezas do tártaro, onde torturavam as almas pecadoras julgadas por Hades e Perséfone. Nasceram das gotas do sangue que caíram sobre Gaia quando o deus Urano foi castrado por Cronos. Pavorosas, possuíam asas de morcego e cabelo de serpente.
As Erínias, deusas encarregadas de castigar os crimes, especialmente os delitos de sangue, são também chamadas Eumênides (Εὐμενίδες), que em grego significa as bondosas ou as Benevolentes, eufemismo usado para evitar pronunciar o seu verdadeiro nome, por medo de atrair sobre si a sua cólera. Em Atenas, usava-se como eufemismo a expressão Semnai Theai (σεμναὶ θεαί), ou deusas veneradas.

Na versão de Ésquilo, as Erínias são filhas da deusa Nix, da noite.
Supunha-se elas serem muitas, mas na peça de Ésquilo elas são apenas três, que encarregavam-se da vingança e habitam, segundo as versões, o Érebo ou o Tártaro, o inframundo, onde descansam até que são de novo reclamadas na Terra. Os seus nomes são:
·         Alecto, (Ἀληκτώ, a implacável), eternamente encolerizada. Encarrega-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba, etc. Tem um papel muito similar ao da Deusa Nêmesis, com diferença de que esta se ocupa do referente aos deuses, Alecto tem uma dimensão mais "terrena". Alecto é a Erínia que espalha pestes e maldições. Seguia o infractor sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixando dormir em paz.
·         Megaira, que personifica o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme. Castiga principalmente os delitos contra o matrimônio, em especial a infidelidade. É a Erínia que persegue com a maior afinco, fazendo a vítima fugir eternamente. Terceira das fúrias de Ésquilo, grita ininterruptamente nos ouvidos do criminoso, lembrando-lhe das faltas que cometera.
·         Tisífone, a vingadora dos assassinatos (patricídio, fratricídio, homicídio…). É a Erínia que açoita os culpados e enlouquece-os.

As Erínias são divindades ctónicas presentes desde as origens do mundo, e apesar de terem poder sobre os deuses, não estando submetidas à autoridade de Zeus, vivem às margens do Olimpo, graças à rejeição natural que os deuses sentem por elas (e é com pesar que as toleram, pois devem fazê-lo). Por outro lado, os homens têm-lhe pânico, e fogem delas. Esta marginalidade e a sua necessidade de reconhecimento são o que, segundo conta Ésquilo, as Erínias acabam aceitando o veredicto de Atena, passando mesmo por cima da sua inesgotável sede de vingança.
Eram forças primitivas da natureza que actuavam como vingadoras do crime, reclamando com insistência o sangue parental derramado, só se satisfazendo com a morte violenta do homicida.
Porém, posto que o castigo final dos crimes é um poder que não corresponde aos homens (por mais horríveis que sejam), estas três irmãs se encarregavam do castigo dos criminosos, perseguindo-os incansavelmente até mesmo no mundo dos mortos, pois seu campo de acção não tem limites. As Erínias são convocadas pela maldição lançada por alguém que clama vingança. São deusas justas, porém implacáveis, e não se deixam abrandar por sacrifícios nem suplícios de nenhum tipo. Não levam em conta atenuantes e castigam toda ofensa contra a sociedade e a natureza, como por exemplo, o perjúrio, a violação dos rituais de hospitalidade e, sobretudo, os assassinatos e crimes contra a família.

As Erínias são representadas normalmente como mulheres aladas de aspecto terrível, com olhos que escorrem sangue no lugar de lágrimas e madeixas trançadas de serpentes, estando muitas vezes acompanhadas por muitos destes animais.Aparecem sempre empunhando chicotes e tochas acesas, correndo atrás dos infratores dos preceitos morais.
Na Antiguidade, sacrificavam-lhes carneiros negros, assim como libações de nephalia (νηφάλια), ou hidromel.

Existe na Arcádia um lugar em que se atopam dois santuários consagrados às Erínias. Num deles, elas recebem o nome de Maniai (Μανίαι, as que volvem todos). Neste lugar, segundo a lenda relatada por Ésquilo na sua tragédia As Eumênides, perseguem a Orestes pela primeira vez, vestidas de negro. Perto dali, e segundo conta Pausânias, apontava-se outro santuário onde o seu culto associava-se ao das Graças, deusas do perdão. Neste santuário purificaram a Orestes, vestidas completamente de branco. Orestes, uma vez curado e perdoado, aplicou um sacrifício expiatório às Maniai.

sábado, 22 de novembro de 2014

Raiju

Raiju
Usuário com essa capacidade é ou pode se transformar em um Raiju ("trovão animal" ou "trovão besta"), cujo corpo é composto de um raio e pode ser na forma de um gato, raposa, doninha, ou lobo, com a forma de um lobo branco e azul (ou até mesmo um lobo envolvido em um raio), sendo o mais comum. Eles também podem voar sobre como uma bola de luz (na verdade, a criatura pode ser uma tentativa de explicar o fenômeno do raio) e seu grito soa como um trovão.

Raiju é o companheiro de Raijin, o Xintoísmo deus dos relâmpagos. Enquanto eles são geralmente calmo e inofensivo, durante as tempestades, Raiju tornar-se agitado e saltar sobre em árvores, campos e até mesmo edifícios (árvores que foram atingidas por um raio são ditos ter sido arranhada pelas garras do Raiju).


Outro dos comportamentos peculiares do Raiju está dormindo em umbigos humanos, o que leva Raiden para atirar flechas relâmpago no Raiju para acordar a criatura, e, assim, prejudicar a pessoa em cujo ventre o demônio está descansando. Pessoas supersticiosas, portanto, muitas vezes, dormir de bruços durante o mau tempo, mas outras lendas dizem que Raiju só vai esconder nos umbigos de pessoas que dormem ao ar livre.
Na antiga religião Shinto havia muitas bestas míticas que percorriam a terra e eram usados ​​pelos deuses para controlá-lo. O Raiju é uma besta trovão que abalou as terras com os seus poderes magníficos. Esta criatura foi muitas vezes celebrada na arte chocante brilhante usando muitas cores de laranjas e amarelos para significar seus poderes.

 Origem e aparência

Baseado no Xintoísmo e crença budista, Raiju é o animal de estimação fiel e companheiro do relâmpagos e trovões deus, Raijin, que tem uma aparência temível e assustador e foi dito que ele iria comer o umbigo de crianças que não cobrem seus umbigos quando uma tempestade iria acontecer.Seu animal de estimação, Raiju iria deslocar-se sobre os filhos e se esconder em seus umbigos para se manter aquecido. Isso levaria seu mestre para filmar um longa greve do trovão para acordá-lo, o que iria chocar a pessoa. Isto é como muitos povos antigos japoneses pensavam que aconteceria se um deles saiu no meio da tempestade e ficou chocado.
Raiju geralmente tem a aparência de um tanuki ou um gato que tenha uma luz brilhante circulando em torno dele. A luz que simbolizam seus poderes como uma criatura da natureza e às vezes não conseguia controlar o seu relâmpago, que é a maneira algumas tempestades eram mais poderosos do que outros. Ele pode mudar sua forma em uma bola de luz como a energia usada para derrubar árvores quando se torna medo ou agitado. 

sábado, 15 de novembro de 2014

Djinn


Um  é uma espécie de espírito que rege o destino de alguém ou de um lugar. O termo em grego para o mesmo conceito é daimon e pode ser empregado como um equivalente em português ao árabe "jinn | جن", uma vez que na mitologia árabe pré-islâmica e no Islã, um jinn (também "djinn", "djin" ou "djim") é um membro dos jinni (ou "djinni"), uma raça de criaturas sobrenaturais.

Etimologia e definições

Gênio é a tradução usual em português para o termo árabe jinn, mas não é a forma aportuguesada da palavra árabe, como geralmente se pensa. A palavra em português vem do Latim genius, que significa uma espécie de espírito guardião ou tutelar do qual se pensava serem designados para cada pessoa quando do seu nascimento. Portanto, o gênio é concebido como um ente espiritual ou imaterial, muito próximo do ser humano, e que sobre ele exerce uma forte, cotidiana e decisiva influência. A palavra latina tomou o lugar da palavra árabe, com a qual não está relacionada. O termo parece ter entrado em uso no português através das traduções francesas d' As Mil e Uma Noites, que usavam a palavra génie como tradução de jinni, visto que era similar ao termo árabe em som e significado, uso que acabou se estendendo também para o português. No árabe, a palavra "jinn" significa literalmente alguma coisa que tem uma conotação de dissimulação, invisibilidade, isolamento e distanciamento.
Entre os arqueólogos lidando com antigas culturas do Oriente Médio, qualquer espírito mitológico inferior a um deus é frequentemente referenciado como um "gênio", especialmente quando descrevem relevos em pedra e outras formas de arte. Esta prática se inspira no sentido original do termo "gênio" como sendo simplesmente um espírito de algum tipo, frequentemente sendo associado a algum dos elementos da natureza, das artes, vícios etc.

Origens

De acordo com a mitologia, os jinni foram criados dois mil anos antes da criação de Adão e eram possuidores de elevada posição noparaíso, grosso modo igual ao dos anjos, embora na hierarquia celeste fossem provavelmente considerados inferiores àqueles. Depois que Deus fez Adão, todavia, sob a liderança do seu orgulhoso líder Iblis, os jinni se recusaram a curvar-se perante a nova criatura. Pela sua má conduta, os jinni foram expulsos do paraíso, tornando-se entes perversos e asquerosos. Iblis, que foi atirado com eles na Terra, tornou-se o equivalente do Satanás cristão.

Características

Na Terra, os jinni teriam adotado as míticas Montanhas Káf (que supostamente circundam o mundo) como seu lar adotivo. É dito que eles são feitos de ar e fogo e possuem a capacidade de assumir qualquer forma. Por isso, os jinni podem residir no ar, no fogo, sob a terra e em praticamente qualquer objeto inanimado concebível: pedras, lamparinas, garrafas vazias, árvores, ruínas, etc. Na hierarquia sobrenatural, os jinni, embora inferiores aos anjos caídos das hordas de Lúcifer, são obstante extremamente fortes e astuciosos. Eles possuem todas as necessidades físicas dos humanos, podendo até mesmo serem mortos, mas estão livres de quaisquer restrições físicas.
Apesar do descrédito que foram recebendo ao longo da história, de alguns diz-se que possuem uma disposição favorável em relação à humanidade, ajudando-a quando precisa de ajuda, ou mais provavelmente, quando isto é conveniente para os interesses do jinn. Na maioria dos casos citados na literatura e no folclore, contudo, eles se divertem em punir os seres humanos por quaisquer atos que considerem nocivos, e são assim responsabilizados por muitas moléstias e todos os tipos de acidentes. Todavia, quem conhecer os necessários procedimentos mágicos para lidar com os jinni, pode utilizá-los em proveito próprio.3

Tipos de jinni

·         Ghul: espíritos traiçoeiros que mudam de forma;
·         Ifrit: espíritos diabólicos;
·         Si'la: espíritos traiçoeiros de forma invariável.
·         Marid: espíritos benignos de forma variavel.

Jhalal na religião islâmica

A crença nos Djinn era corrente na antiga Arábia, onde se dizia que inspiravam poetas e adivinhos. O próprio Profeta Muhammad temeu a princípio que as revelações divinas que lhe foram feitas pudessem ser obra dos Djinn. O fato de que posteriormente tenham sido reconhecidos oficialmente pelo Islamismo implica que eles, como os seres humanos, serão eventualmente obrigados a encarar a salvação ou a danação perpétua.
Segundo Mohammad cada enviado de Deus legaliza ou ab-roga crenças antigas analisando quais partes delas são verdadeiras ou não. No caso Mohammad canonizou a existência dos "gênios" Djinn, porém fez grandes modificações de como ela era anteriormente creditada. Segundo Mohammad que trazia mensagens de Deus, os Djinn nada mais são do que se chama no Brasil de "espirito desencarnado", porém eles mesmos não são desencarndados porque nunca encarnaram.
A palavra Djinn(Gênio) como ficou conhecida no ocidente vem justamente do arabe Djinn, em arabe porém quer dizer "aqueles que não se pode ver", uma referência clara ao que se chama de "espiritos desencarnados" em crenças modernas. Quando então se vai a um centro a pessoa recebe na verdade segundo Mohammad, um Djinn e o Djinn recebe a pessoa, porém tais comunicações foram vetadas por Mohammad.
Como tem livre arbitrio os Djinn são iguais a nós: serão julgados por seus atos.
Segundo Deus revelou no Alcorão o homem e todos os animais surgiram da água e o homem também de um sanguessuga (algo que se agarra) na barriga da mãe (o feto parece um sanguessuga), mas a pele do homem é de argila (barro maleável), os Djinn tem sua "pele" de fogo sem fumaça.
No AlCorão Deus informa que o próprio Alcorão é revelado para humanos e Djinn e pede que os Djinn sigam o Islam para poderem também se salvar.
Deus informa no Alcorão que alguns Djinn são bons outros são maus, igualmente os homens (alguns são bons e outros são maus), porque ambos tem livre arbítrio, esta é a explicação do Islam para por exemplo ir num centro e o "espirito desencarnado" pedir para fazer um prato de farofa com frango e vinho, isto é uma "ironia" do Djinn com a pessoa que esta em comunicação com ele achando ser uma pessoa que morreu, eles fazem tais fatos porque tem livre arbítrio.
Deus também informa no alcorão que satanás é um Djinn e não um anjo como se pensou anteriormente, esta crença do diabo que era anjo nasceu com o profeta persa Zoroastro criador do dualismo no mundo e foi acoplada por judeus na babilonia quando foram libertados pelo rei persa Ciro "o grande" que derrotou a babilonia, os judeus nesta época carregaram muitas crenças persas. Segundo Deus no Alcorão Satanás uma vez esteve com os anjos no céu porque era crente, igualmente a alma de qualquer Djinn ou humano também pode estar no céu por acreditar.

Jinni na cultura ocidental


Os jinni (com suas características nocivas consideravelmente atenuadas ou convenientemente esquecidas), deram o ar de sua graça em produções ocidentais para cinema e televisão e que não tinham necessariamente o mundo árabe como tema, como no caso dos vários filmes e desenhos como "Aladim" e Shazzan. O melhor exemplo desta "diluição de conteúdo" ocorreu com o seriado "I Dream of Jeannie" ("Jeannie é um Gênio", no Brasil), onde a protagonista Jeannie, interpretada pela voluptuosa Barbara Eden, é uma jinn que vive dentro de uma garrafa sob os cuidados de um escrupuloso oficial da USAF. Em 4 episódios da série Supernatural, os irmãos Winchester enfrentam jinns: 2x20, 6x01, 8x20 e 9x21.

Invocando um Djinn

Invocando com a Bíblia 
Horário do ritual: Meia Noite.
Material: Carvão PRETO; 4 velas pretas; Livro da Bíblia  - Texto Gênesis; um punhado de pó de carvão; uma bússola;
Com a pedra de carvão desenhe no chão uma grande letra "C" quase se fechando. A abertura é por onde você entrará no círculo, ela deve ficar em oposição a Jerusalém, portanto se você mora no Brasil, a direção é Nordeste. Não pise no risco. Com a bússola localize também o Norte, Sul, Leste e Oeste, e para cada ponto no círculo acenda uma vela e coloque em sua base um pouco pó de carvão (simbolizando as cinzas)
Antes de entrar no circulo contorne-o por 18 vezes no sentido anti-horário. Em seguida dentro do círculo, coloque-se de pé voltado para o Nordeste,  ajoelhe-se, encoste a testa no chão e chame pelo Djinn do Fogo "LÚCIFER", use todo o seu sentimento e desejo para invocar a sua presença. De joelhos, levante o tronco, leia o livro de Gênesis do capítulo 6 ao 1 do final para o início, palavra por palavra. Se você conseguir ler fonema por fonema melhor ainda.
No fim da leitura faça seu pedido retire as folhas lidas da bíblia e queime-as em uma das velas.